Quem recentemente não praticou ou não ouviu falar em agroturismo? Pois é, esse termo vem ganhando grande destaque em nossa região, principalmente entre pessoas ligadas ao setor do agronegócio e entre aquelas que buscam uma alternativa mais natural para o lazer de suas famílias. A propriedade “Recanto dos Morangos”, no município de Urânia- SP, é uma das precursoras na difusão da atividade no noroeste do estado. Mas, afinal, o que significa esse termo e quais suas implicações em um contexto mais amplo?
O agroturismo se refere a uma modalidade de turismo praticada no meio rural por agricultores dispostos a compartilhar seu modo de vida e suas tarefas diárias com os habitantes do meio urbano. Sua origem se deu na Europa na década de 60, onde pessoas da cidade iam para o meio rural, hospedavam-se nas propriedades e estabeleciam um relacionamento diferente dos praticados nos seus lugares de origem. No Brasil, essa prática teve início no final da década de 80 com a propriedade da família Carnielli, no município de Venda Nova do Imigrante- ES, que, diante das dificuldades enfrentadas com a cultura do café, teve que diversificar suas atividades, investindo então na produção leiteira. Com o excedente dessa produção, a família dá início à produção de queijos artesanais para subsistência, de qualidade, o que levou à difusão do produto na comunidade local, que, além de comprá-lo, desejava conhecer a vida cotidiana da família.
Como princípios básicos do agroturismo, destaca-se a troca de experiências entre agricultores e turistas, a qualidade dos produtos oferecidos e a demonstração do trabalho e do meio ambiente, o que proporciona inúmeras vantagens ambientais e econômicas, como o estímulo à conservação dos recursos naturais, diversificação de produtos agrícolas, multiplicação de espécies de plantas e animais, agregação de valor aos produtos, diminuição da atividade de terceiros, complemento de renda familiar dos agricultores, desenvolvimento da economia local e interiorização do turismo.
Além dessas vantagens, vejo como fundamental a volta da valorização das práticas rurais, tanto sociais quanto de trabalho, muitas vezes ignoradas ou esquecidas pela população devido ao crescimento dos setores industriais dos grandes centros urbanos pós revolução industrial. Além disso, o agroturismo proporciona a fixação das famílias no campo, a integração das propriedades rurais com a comunidade local e, também, o aumento da autoestima do campesino, realçando a extrema importância da figura do agricultor no que diz respeito à produção de alimentos e a geração de riquezas e empregos para o país. Em relação a nossa região, conhecida como a dos Grandes Lagos, convém destacar a enorme potencialidade para o desenvolvimento desse tipo de atividade, como a abundância de recursos naturais, a predominância de pequenas propriedades familiares e a grande diversificação de produtos agropecuários.
Diante do exposto, podemos afirmar que o agroturismo é uma atividade que chegou para ficar. Assim, por que não fugirmos do estresse de nossas atividades rotineiras de trabalho e irmos conhecer uma produção de morangos? Ou sentir o prazer de chupar uma uva colhida por nós mesmos diretamente da videira? Ou nos depararmos com uma beleza exuberante de uma produção de orquídeas? Pois é, acho que tudo isso não seria nenhum sacrifício. Fica a dica!