Se este artigo fosse lido pelo terrorista doméstico Theodore “Ted” Kaczynski, também conhecido como Unabomber, certamente seria rebatido com todos os argumentos e artifícios contrários ao uso da tecnologia pela sociedade pós-industrial contemporânea, conforme seu mais que polêmico manifesto "A Sociedade Industrial e o seu Futuro", em livre tradução. No entanto, diante da liberdade de expressão, acompanhada do devido respeito às opiniões, considero bem mais relevantes as argumentações pró-tecnologia, sobretudo no atual cenário transpandêmico.
Nunca a tecnologia foi tão visível aos olhos da sociedade como neste início de século. Internet, superconectividade, sistemas autônomos, Smart T (“Coisas inteligentes”), telemedicina, agricultura digital, drones, viagens turísticas espaciais, inteligência artificial, máquinas que falam, leem expressões e detectam sentimento, robótica, cibernética, etc. Poderíamos utilizar mais alguns parágrafos citando tecnologias, em todos os setores da sociedade, as quais permitiram, nos últimos dois anos, em meio à pandemia, que o mundo continuasse a funcionar, de uma forma diferente, mas funcionando.
Nesse sentido, alguns segmentos merecem destaque, entre eles: o avanço relâmpago na produção de vacinas, tratamentos clínicos e hospitalares; a evolução exponencial dos sistemas de videoconferência, que permitiu a manutenção dos setores educacionais, de negócios, religiosos e culturais; o comércio eletrônico; e o agronegócio, que, em nenhum momento, deixou de produzir os produtos essenciais à vida humana.
Na educação, setor fundamental para a continuidade do desenvolvimento social, científico e tecnológico, a tecnologia mostrou que é possível, para não dizer necessário, evoluir. Nosso berço tecnológico, a Fatec Jales, tem acompanhado de perto essas transformações, até porque transita nos principais eixos tecnológicos, Agronegócio, Gestão e Negócios e Informática/Computação, e, como não poderia ser diferente, tem optado pela constante evolução.
Claro que a tecnologia não resolve todos os problemas e que ponderações quanto ao uso e custo dela, assim como o acesso “democrático”, merecem profundas reflexões. As potenciais ameaças da tecnologia à existência humana, concordemos ou não com o Ted, também são questões que merecem muito poder analítico e sensatez da sociedade. Afinal, como o dito popular, o que diferencia o remédio do veneno é o tamanho da dose!
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales