O despertador do relógio inteligente tocou às 5h55. Joshua acordou e espreguiçou-se. Notou que estava com uma tremenda enxaqueca, daquelas que causam vertigem. Olhou para a notificação do seu relógio que o alertava, por meio de uma vibração e uma mensagem, sobre a qualidade do seu sono: “Eita, tive apenas 1,5 hora de sono profundo”, lamentou.
Skywalker, o sistema operacional do seu apartamento, havia cruzado os dados do travesseiro inteligente, da câmera do seu quarto e do seu relógio. Assim, processando dados como respiração, movimentação e batimentos cardíacos, conseguiu identificar mais uma noite maldormida de Joshua.
Levantou-se ainda com uma leve vertigem e ouviu as boas-vindas de Skywalker: “Bom dia, Joshua! Vi que teve uma noite de sono muito maldormida, mesmo eu ajustando o som ambiente para músicas relaxantes. Enfim, seu café está pronto!”. Joshua foi até o banheiro e usou o vaso sanitário. Assim que terminou, recebeu notificações no relógio inteligente sobre algumas substâncias que foram detectadas em sua urina. Tocou na pequena tela do dispositivo aceitando exibir os dados direto no espelho do armário do banheiro. Foi exibido um relatório sobre sua saúde nos últimos 3 meses, com diversos gráficos e informações relevantes sobre glicemia, colesterol etc. Uma informação ao lado do relatório principal alertava para o consumo excessivo de álcool nas noites anteriores. “Se eu continuar assim, o plano de saúde será reajustado mais cedo”, ponderou.
Joshua estava certo, afinal de contas, ele aceitou o compartilhamento do seu prontuário médico, que era atualizado em tempo real, graças aos dispositivos vestíveis que ele usava. Assim, os dados eram enviados diretamente à central de processamento de dados do seu plano de saúde, que usava algoritmos preditivos com o objetivo de fazer reajustes no valor cobrado, calculando a relação risco x retorno. O lado positivo é que o plano poderia ser reajustado para baixo, caso Joshua estivesse levando uma vida saudável e regrada. No momento isso parecia impossível.
Saiu do banheiro e foi para a cozinha. Skywalker havia identificado a preferência de Joshua para o café da manhã após noites maldormidas, conectou-se à Speed Breakfast, a máquina de café da manhã mais moderna existente, e fez com que o café fosse preparado. Ao chegar à máquina, Joshua se deparou com um café preto fortíssimo e uma torta de ovos e queijo. Nesse momento, a campainha tocou. Era o robô entregador do supermercado, que trazia ovos, farinha, açúcar, sal, leite e café. Tudo para abastecer a Speed Breakfast. Skywalker havia detectado que o estoque da máquina estava baixo e fez o pedido por meio da internet.
Abasteceu a máquina de café da manhã, terminou sua refeição e foi até o quarto. Chamou Skywalker e disse: “Por favor, chame um veículo para me levar ao trabalho. Quero um motorista humano”. Vestiu seu corretor postural inteligente, sua roupa e seus calçados. Quando pegou sua mochila, Skywalker o alertou sobre a possibilidade de chuva e queda de temperatura após as 13h. Pegou uma jaqueta e colocou em sua mochila. Passou novamente pela cozinha e lembrou de tomar sua vitamina diária. O plano de saúde havia recomendado um serviço de assinatura de medicamentos e vitaminas personalizado, de acordo com o DNA de Joshua. A medicina preventiva personalizada ajudava a reduzir o preço do plano de saúde.
Saiu do seu apartamento, desceu pelo elevador e caminhou até o estacionamento onde o seu veículo já estava aguardando. Aproximou seu celular para confirmar a identificação, entrou no carro e partiu para mais um dia de trabalho.
(Continua na Parte 3...)
Prof. Me. Jorge Luís Gregório
Professor e Coordenador do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec Jales
www.jlgregorio.com.br