Muitas pessoas acreditam que o agronegócio esteja apenas nos alimentos frescos que consumimos como as frutas, verduras, legumes e carnes. Esquecem, entretanto, outros elementos como o sachê de molho de tomate que também é produto do agronegócio, assim como a massa de macarrão, o queijo ralado e os demais ingredientes de uma boa macarronada, isso sem falar nas bebidas que acompanharão esse belo almoço de domingo.
Alguns números são interessantes: em 2014, a Cargill e a Bunge Alimentos, detentoras das marcas Soya, Pomarola, Gallo, Etti, Salada, entre outras, estiveram entre as principais empresas do agronegócio no Brasil, respectivamente, em sexto e quinto lugar (ver. Dinheiro Rural, 2014).
Diversas marcas de bebidas, incluindo cervejas e refrigerantes, compõem o rol de produtos oferecidos pela Ambev, terceira maior empresa do agronegócio nos dois últimos anos.
Pelo segundo ano consecutivo, a rede de supermercados do Grupo Pão de Açúcar esteve em segundo lugar no ranking em questão. Aliás, são nos supermercados que se comercializam grande parte dos produtos do agronegócio, processados ou não.
Ainda, a empresa JBS foi considerada, nos últimos dois anos, a principal empresa do agronegócio no Brasil. Entre as marcas que a empresa possui, a mais conhecida e comercializada é a carne bovina.
Assim, responder “aonde está o agronegócio? ”, pensando em produtos alimentícios, pode ser até fácil, pois ele está presente no nosso dia a dia o tempo todo e não podemos viver sem ele. Mas, e quanto aos produtos que utilizam matérias primas produzidas pelo agronegócio que não possuem tanta visibilidade quanto os alimentos?
É difícil acreditar que a empresa Cia Hering é uma empresa do agronegócio! Pois bem, ela utiliza na fabricação dos seus produtos que chegam até o consumidor final, no caso, vestuário, o algodão. Esta matéria prima é produzida no campo e para isto, necessita de diversas outras empresas do ramo, que comercializam insumos como máquinas, sementes e fertilizantes, além das empresas de assessoria e consultoria técnica. Outras empresas do agronegócio transformam o algodão em linha e tecido para que, posteriormente, sejam confeccionados os diversos vestuários. Esta é a cadeia agroindustrial do algodão, assim como existem as do leite (laticínios), madeira, da cana-de-açúcar (e bioenergia), da borracha (pneumáticos), do couro, da lã, do pescado, dos produtos extrativistas como os utilizados na indústria farmacêutica, do papel, entre muitas outras.
Para a economia do país, o agronegócio é um dos setores mais importantes e estratégicos, sendo o único com saldo positivo na balança comercial em 2014, apresentando um superávit de US$ 80 bilhões, enquanto que outros setores, como a indústria, tiveram um prejuízo de US$ 84 bilhões (Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro – Agrostat).
O uso e o desenvolvimento crescentes da tecnologia podem, de alguma forma, sugerir um aparente distanciamento dos produtos do campo do nosso cotidiano, uma vez que alguns processos dos produtos finais não são conhecidos pela maioria das pessoas. Além disso, a comodidade oferecida aos consumidores pelas empresas do agronegócio é tamanha que, em muitos casos, algumas gafes se transformam em lendas. Afinal muitas crianças acreditam que o leite vem realmente da caixinha!
Profª. Me. Adriana de Souza Colombo
Docente da FATEC Jales
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