E mais uma vez vamos conversar sobre os nomes, os nossos nomes do dia a dia. Como já discutimos, os nomes constituem identidades, tanto que acompanham, inclusive, expressões das quais, nem sempre, se consegue explicar a origem. Construções originárias da cultura popular, transformadas em grandes generalizações que floreiam a nossa língua portuguesa. Os nomes “humanos” também já transcendem a esfera de “nome de gente”, chegando aos animais.
Vamos, todos nós, do Oiapoque ao Chuí, parecendo Maria vai-com-as-outras, repetindo expressões que nossos antepassados falavam, sem perder nenhum detalhe (mais fácil acrescentar um). Quem já não se marcou que ali não era a casa da mãe Joana? Quem já não ficou em uma situação embaraçosa e pensou ser aquilo o calcanhar de Aquiles? Como usamos essas expressões!
Para fortalecer a não fraqueza do outro, falamos que ele tem a paciência de Jó, em alusão à Bíblia; e, aproveitando o ensejo religioso, já acusamos alguma vítima de nossa fofoca cotidiana de Madalena arrependida (bem sádico, não é?). Entretanto, se nos perguntam de onde viemos, ao nos ver exauridos, respondemos em tom de enfado: “de onde o Judas perdeu as botas”.
Os nomes, mais especificamente alguns codinomes, são constituídos a partir dos nomes José e Maria. O que dizer sobre essas escolhas e não outras? Sem dúvida, há inúmeras controversas e inaceitação, mas continuam circulando o Zé do rádio, o Zé ninguém, o Zé ruela, a Maria chuteira, a Maria gasolina... Alguns, de forma carinhosa, outras, certamente, carregados de grande desdém.
Os nossos nomes do dia a dia também nomeiam os pets (já houve cada confusão por isso, principalmente entre vizinhos!) – até o touro era Ferdinando! Essa tendência, conhecida como antropomorfismo, leva donos a dar nomes humanos, refletindo a ideia de que os pets são membros da família. Muitas vezes, são nomes adaptados, quase que apelidos: Leo, Ju; outros já incorporaram as três novas letras que chegaram ao nosso alfabeto: July, Wen, Keity; há, ainda, os que carregam os nomes de entes queridos e tantos outros membros da família: “Pedro”, ‘Otto”, José...
Quanta criatividade! Será o Benedito? A essas alturas, Inês está morta! Sim, a Inês está morta! Mas qual Inês? Do que morreu? E assim vamos tecendo nossas descobertas...
Profa. Ma. Alessandra Manoel Porto – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.