Quem nunca recebeu uma ligação de empresas de cobranças ou telemarketing de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais ou outra localidade, na qual ninguém fala nada e ainda desliga em nossa cara? Dificilmente encontraremos alguém ileso a essa situação.
Muitos pensam ser ligações fraudulentas ou acreditam existir algum problema com o telefone de quem está no outro lado da linha, porém, na verdade, programas computacionais ligam, ao mesmo tempo, para vários números da base de dados, sendo os primeiros que atendem repassados para operadores de Call Centers ociosos e os demais simplesmente ignorados pelo sistema.
Essa prática é conhecida como “hang up”, que, em uma tradução para o português, significa desligar. O software é programado manualmente, e a quantidade e frequência de ligações avaliadas de acordo com a extensão dos atendimentos, os quais geralmente são reduzidos, pois, quando o cliente percebe tratar-se de telemarketing, logo desliga o telefone.
Apesar dos avanços tecnológicos e das facilidades que as empresas têm para selecionar o perfil dos clientes, várias ligações são perdidas, e ninguém passa imune a esses telefonemas. Essa situação é ruim tanto para os consumidores, que ficam irritados com o excesso de ligações, quanto para os operadores de telemarketing, que ficam praticamente sem descanso entre um telefonema e outro.
Antes dos anos 2000, essas ligações eram feitas uma a uma: o operador de telemarketing fazia a ligação e esperava o cliente atender para poder “vender seu peixe”. Com os avanços da tecnologia, elas passaram a ser feitas por softwares de maneira automática e em número muito elevado, eliminando o tempo de espera dos operadores, deixando para eles apenas a tarefa de oferecer os produtos da empresa.
Embora essas incômodas ligações sejam feitas diversas vezes ao dia, não existe legislação que controle tal situação, há apenas uma lei que restringe as empresas de telemarketing de as realizarem fora do horário comercial (elas são permitidas apenas das 8h às 21h, de segunda a sábado, excluindo-se feriados).
Paulo Marques, gerente comercial de uma empresa que fabrica softwares para Call Centers, disse em entrevista ao portal R7 que: “Como não existe regulamentação, o excesso de chamadas pode ser usado como uma estratégia por empresas de cobranças. A ideia é incomodar e estressar o cliente que está devendo”.
Uma alternativa que o consumidor tem para se proteger desses telefonemas incômodos é cadastrar seu número junto ao Procon da sua cidade ou região, o qual acionará a empresa que terá prazo de 30 dias para retirar o número da base de dados, porém empresas de cobranças, filantropia e pessoas físicas não se encaixam nessas normas, podendo realizá-las sem qualquer problema.
Alvaro Queiroz Cavassano
Tecnólogo em Sistemas para Internet e discente do 4º Semestre de Gestão Empresarial EAD
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