Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) no dia 11 de setembro mostrou que a soma dos eleitores indecisos e que votam em branco/nulo para presidente chega a 26%. Assim, é certo que os coordenadores de campanha dos presidenciáveis criarão estratégias com o objetivo de conquistar parte dessa considerável parcela de votos. Entretanto, é difícil saber quais os critérios que os eleitores indecisos usam para escolher os seus candidatos. A corrupção e os valores morais são dois fatores a se considerar, mas existem muitos outros.
Recentemente, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o filósofo Luiz Felipe Pondé afirmou que a formação acadêmica não implica melhor discernimento no voto, pois a escolha do candidato passaria por variáveis mais complexas, tais como a simpatia pelo candidato, a compatibilidade ideológica e de valores morais, entre outras. Pondé ainda destacou que a capacidade de perceber a corrupção seletivamente não tem nada a ver com a falta de formação acadêmica ou perfil socioeconômico.
O processo de escolha de um candidato pode se tornar ainda mais difícil pelo turbilhão de informações que a internet proporciona, muitas vezes desencontradas, contraditórias e fragmentadas. Talvez por isso muitos preferem aderir ao “efeito manada”, votando naqueles que o seu grupo social indica, sem analisar fatos e informações sobre os candidatos sugeridos.
Nesse contexto, as tecnologias da informação e comunicação (TIC) podem ajudar na decisão, principalmente se o candidato exerce ou já exerceu algum mandato. Por exemplo, se o principal critério para escolha é candidato que não possui problemas com a justiça, o aplicativo Detector de Ficha de Político pode ajudar. Ele é capaz de detectar processos criminais, ações de improbidade administrativa e demais inquéritos a que os políticos respondem. Possui recurso de reconhecimento facial, assim, basta apontar a câmera do smartphone para uma propaganda eleitoral na TV, na internet ou em um cartaz para visualizar informações relevantes do candidato. O aplicativo também permite digitar o nome do político para fazer uma rápida e informativa pesquisa.
Outro serviço que merece destaque é o Ranking dos Políticos (www.politicos.org.br).Trata-se de um site que classifica os políticos de acordo com diversos critérios, a fim de estabelecer um ranking (do mais ou menos apto ao cargo) por meio da compilação de uma série de informações oficiais sobre a atuação de deputados federais e senadores. Por exemplo, a cada processo judicial, o político perde 10 pontos, e, a cada 10% acima da média de faltas nas sessões, mais 10 pontos são descontados. A formação acadêmica, a qualidade dos projetos apresentados e a média de gastos também são critérios considerados na avaliação. De acordo com informações do próprio site, o projeto não possui qualquer vínculo com partidos e é financiado pelos próprios idealizadores, além de receber doações de pessoas físicas.
Um outro recurso que pode ser usado para dar um norte ao eleitor são as agências de fact-checking(checagem de fatos). Esses sites analisam informações e notícias veiculadas na web com o objetivo de verificar a veracidade. O site Boatos.org é especializado em boatos que são difundidos via mídias sociais e aplicativos de mensagens. As agências de fact-checking Aos Fatos e Lupa verificam e classificam notícias, informações e declarações de políticos. A agência Lupa, por exemplo, usa etiquetas (verdadeiro, falso, exagerado, contraditório, etc) para classificar as informações. Há quem diga que tais agências não são imparciais, ou seja, possuem viés partidário e ideológico. Assim, sempre é recomendável consultar a mesma informação em diversas fontes.
A tecnologia está aí para auxiliar, mas não é só isso! Leia, pesquise, compare, pense, analise. Há uma diferença astronômica entre eleitor e fã. Não deixe que ninguém decida por você!
Prof. Esp. Jorge Luís Gregório - www.jlgregorio.com.br
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.