Nas últimas décadas, a ciência e a tecnologia vêm crescendo exponencialmente. Figuras masculinas como Alan Turing, Steve Jobs e Bill Gates ganham prestígio e representatividade quando mencionamos essas áreas, no entanto nos esquecemos das pioneiras do progresso na ciência e tecnologia. Provavelmente muitos não saibam, mas a programação começou a existir graças à iniciativa de uma mulher. Ada Lovelace, a primeira programadora, escreveu o primeiro algoritmo da história.
Ao observar a trajetória da ciência e da tecnologia, vemos que as mulheres têm representatividade no mundo tech, porém são pouco lembradas. Grace Hopper, conhecida como “vovó do COBOL” por ter desenvolvido a base da linguagem, criou o seu próprio compilador, é autora do termo “bug” e integrante da equipe de desenvolvimento do Univac. Outro exemplo é Dorothy Vaughan, matemática e programadora norte-americana da Nasa, que se tornou especialista em Fortran. Margaret Hamilton, primeira engenheira de software, ajudou a escrever o código para os módulos de comando lunar usados no programa Apollo no fim dos anos 60 e início dos anos 70, com outras figuras femininas que marcaram grandes feitos nas áreas da ciência e da tecnologia. Naquela época, a maioria das pessoas que trabalhavam com programação eram mulheres.
A atividade começou a ganhar visibilidade e despertou o interesse do público masculino, que começou a dominar a indústria, surgindo então o estereótipo de programadores. Nos anos 80, o perfil de programador ficou cada vez mais marcado e foi reforçado pela sucessão de figuras masculinas como Steve Jobs, criador da Apple, famoso por suas ideias revolucionarias e o seu modo de enxergar e trabalhar com as tecnologias, e Bill Gates, fundador da Microsoft e criador do Sistema Operacional Windows.
Hoje, o mercado de Tecnologia da Informação (TI) continua predominado pelo sexo masculino. Podemos perceber especificamente no campo da programação o número expressivo de profissionais homens, fato contraditório para uma área que começou com mulheres. Segundo pesquisa feita no ano passado pela Women in Tech, grande parte das desenvolvedoras de software se encontra estagnada no nível de iniciantes, além disso é atingida pela desigualdade salarial. Mas, conforme apresentação Fórum de Gênero do G20 (W20), em 2017, essa desigualdade entre homens e mulheres no ramo da tecnologia pode vir a cair 25% nos próximos dez anos. O encontro apontou também ações para a equidade de gênero no mundo, como suporte às mulheres empreendedoras e inclusão digital em carreiras nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática, entre outras.
Sendo assim, é necessário que as instituições formativas e educativas exponham a discussão, por meio de conteúdos programáticos que ressaltem a participação das mulheres na ciência e tecnologia para que a história seja difundida e esteja ao alcance das pessoas. A ideia de admirar essas “Divas da tecnologia” é inspirar novas garotas. Como dito pelas jornalistas Bruna Nicolielo e Iana Chan, do site PrograMaria, “O futuro está sendo escrito em linhas de códigos”. Nós, mulheres, não queremos competir com o sexo oposto, ao contrário, queremos somar esforços, agregar e crescer juntos, quebrando o tabu de que ciência e tecnologia são áreas exclusivamente masculinas.
Thaisi Gabriele da Silva Cunha
Aluna do 2º Sem. do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – Fatec Jales