Ao ler o título deste texto, você provavelmente pensou em várias possibilidades do que poderia ser a revolução do século. Criptomoedas, inteligência artificial (IA), robótica, indústria 5.0, internet 5G, viagem tripulada ao planeta Marte, entre outros. Mais algum palpite? Bom, o meu não poderia deixar de ser a educação!
Nesta semana, tive a honra de participar de um seminário sobre o ensino híbrido com importantes personalidades da área da educação no Brasil, os professores e pesquisadores Guiomar Namo de Melo, Maria Inês Fini e José Manuel Moran. Eles deixaram claro que, provavelmente, o maior desafio deste século XXI seja o desenvolvimento da educação em um momento extremamente tecnológico em que vivemos.
Não é a primeira vez, claro, que os meios educacionais passam por transformações, até porque esse setor normalmente acompanha as demais revoluções tecnológicas ao longo da história. Como exemplo disso, podemos citar as transformações das oficinas de ofício da idade média às escolas, da invenção da prensa e do renascimento do início da idade moderna, que se adaptaram às grandes descobertas científicas dos séculos seguintes, atendendo às demandas da primeira revolução industrial datada do século XVIII e das revoluções industriais posteriores até os dias pandêmicos atuais em que o ensino se tornou virtualizado.
Atualmente, conforme abordado pelo seminário, vivemos uma nova vertente da educação, revolucionária, que se marca pelo hibridismo, em construção. Ele demanda um nível cada vez maior de estudantes autodidatas, fazendo com que o professor ocupe um papel de tutor: ele não é mais o centralizador do conhecimento, fonte de sabedoria, exemplo inexorável a ser seguido. Não, não seremos mais aiatolás da educação, mas orientadores do processo de ensino-aprendizagem, “aprendizagem” que se torna uma constante.
A ideia central, nesse ensino, é que os estudantes sejam cada vez mais protagonistas desse processo e os professores, auxiliares. Perceba que estes (os docentes) não serão coadjuvantes, pois a orientação representará desafios, ainda maiores, do que os da docência. Se você, como eu, estudou em uma época em que o professor tomava um lugar à frente da sala de aula, expunha ideias, teorias e conceitos inquestionáveis, e os alunos copiavam “as matérias” para depois estudar em casa para as provas, esqueça! Isso está por acabar!
Nesse novo mundo da educação, o estudante tem acesso a um universo de informação por meio da internet. Ele utiliza softwares que o auxiliam no aprendizado. Em muitos casos, ele “aprende brincando” com ferramentas de gamefication. Ele tem resposta, imediata, de nomes, datas, eventos, que pesquisa no Google.
Nós, professores, ficaremos, então, obsoletos? A resposta é: depende de nós. Se não evoluirmos para essa nova realidade de ensino, sim, nos tornaremos coadjuvantes, para não dizer figurantes! Essa nova era do ensino é, sem dúvida, disruptiva. É dependente de nós como sociedade. De nós como família. E mais do que nunca, de nós como profissionais da educação.
Um sentimento, porém, nunca deverá mudar. O de quão importante é a educação. Deus salve a educação!
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales