Ortografia significa escrever corretamente uma palavra, ou seja, grafar atendendo ao processo de formação pelo qual cada vocábulo de uma língua é constituído. Nem sempre conseguimos atender a todas as exigências e nem por isso a comunicação deixa de acontecer. Entretanto, nem sempre isso pode ser irrelevante, haja vista que há palavras muito semelhantes na escrita e com significados bem distintos umas das outras; nesse caso, a ortografia é imprescindível ou levaremos “gato por lebre”.
Apenas para informação, a última reforma ortográfica, homologada em 2016, trouxe algumas alterações, dentre elas a inclusão do K, Y e W no alfabeto; eliminação do acento das paroxítonas formadas por ditongo aberto; fim do uso do trema em palavras da língua portuguesa. Sem dúvida, estamos ainda nos acostumando com o novo modo de grafar as palavras (ideia, plateia, linguiça...) e adequando o word dos nossos computadores.
Escrever “ideia” com ou sem acento agudo, obviamente, não implicará maiores problemas de leitura, é apenas um erro ortográfico, mas e quanto àqueles pares conserto/concerto; cassar/caçar; estável/instável...? Enfim, valha-me, ortografia! Onde está o dicionário? O contexto em que está inserida a palavra, sem dúvida, poderá nos ajudar, todavia, ainda há casos de ambiguidades, que necessitam uma reflexão ainda maior sobre tais usos.
Marcos Bagno, linguista e extremo defensor do português brasileiro, tece duras críticas quando observa profissionais da área de linguagens afirmar que ao escrever uma palavra com erros ortográficos se estaria errando o “português”. Isso porque ele concebe a ortografia como decisão política e temporal; para ele, como linguista, o português é a língua como um todo, com regras naturais (isso não impede que ele seja favorável à ortografia, mas não que uma se sujeite à outra).
Em uma produção textual, sem contexto ou textos-base, foi solicitado que o aluno produzisse uma redação com a palavra “lazer”; atento ao início da tecnologia (já faz um tempo esse acontecimento), leu “laser”, escreveu o texto e zerou! Sem analisar a metodologia empregada, mas olhando para a ortografia das palavras lazer/laser, podemos afirmar: tão semelhantes e quão distintas, não é mesmo?
Nossa língua portuguesa (brasileira) é rica na formação das palavras: há s/z; x;ch; s/ç para todos os gostos: eu cozo o feijão enquanto coso a camisa; paguei com cheque e levei um xeque mate; comprei a rosa na roça. ...Recorrer ao processador de textos Microsoft Word, seja no computador ou no celular, nem sempre vai resolver o problema porque a “máquina” reconhece as duas formas e não interpreta o contexto; o uso do dicionários, seja on-line ou impresso, sempre foi sinônimo de sabedoria (embora o apelidaram de “pai dos burros”), consultar elimina dúvidas; realizar revisão antes de uma publicação agrega mais exatidão àquilo que se quer realmente comunicar, evitando-se, assim, ruídos provocados pela ortografia. É pertinente, portanto, pensar sobre a ortografia para os CUMPRIMENTOS ou COMPRIMENTOS... (só um minuto, vou consultar!).
Prof. Me. Alessandra Manoel Porto – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.