É estranho quando alguém com uma promessa grande como essa aparece para você, não é? Por onde navego na internet (isso se alguém ainda usa esse termo), seja na área de programação, marketing, design ou até mesmo na arquitetura, tudo é apresentado por alguém que, na maioria das vezes, exibe um tom de autoridade no assunto e diz o mesmo chavão: “Vou te ensinar tudo que você precisa saber para...”
Há pouco tempo, ouvi de um professor o termo “curso macaco” e ficou muito difícil tirar essa analogia da cabeça. Mas o que seria isso? Trata-se de um curso que ensina projetos práticos passo a passo, para que os estudantes repitam o processo, exatamente da mesma maneira, e, assim, aprendam por repetição, assim como os macacos amestrados.
Você deve estar se perguntando: “Então isso é ruim agora?” E eu respondo que não, não é tão ruim assim. “Então, onde está o real problema nesse tipo de proposta?”, você pode questionar. Bem, geralmente o problema está na pessoa por trás da tela, que está interessada em aprender, quando ela não vai além do que é apresentado por uma única fonte.
O “tudo” que é ensinado acaba sendo considerado uma verdade absoluta, fazendo com que não haja o interesse em procurar coisas novas. A comunidade acaba se fechando ao redor daquilo que é falado, sem pensar fora da caixa. Na área de programação de computadores, por exemplo, os portfólios e trabalhos mostrados na internet acabam se tornando todos iguais, com quase sempre vários clones da interface de um aplicativo de banco e publicações de redes sociais para comércios como uma açaiteria.
Copiar nem sempre é negativo ou errado, desde que não esteja infringindo nenhuma lei de direitos autorais. O tal comportamento de imitação ainda é um processo de aprendizado muito interessante, já que, com ele, podemos ver como as coisas funcionam tentando replicá-las. Você já deve ter ouvido milhares de vezes que nós seres humanos somos excelentes em reconhecer padrões. E se alguém está querendo ensinar algo por meio de cópia, sua intenção é boa, por querer transmitir conhecimento a alguém.
Então como aproveitar o tal “curso macaco” de maneira positiva? Aplicando os conceitos que foram aprendidos em um caso de uso fictício ou real. Se você aprendeu a fazer um aplicativo para cadastro e controle de produtos, por exemplo, aplique os conceitos a um cadastro de filmes para uma plataforma de streaming fictícia. Ou pegue aquele conceito de design elaborado para uma loja de roupas e aplique-o para uma loja de móveis.
Provavelmente não vão lhe ensinar tudo o que você precisa saber, afinal isso é impossível. O mais importante é que se procure saber mais, e, com isso, haja a satisfação de aplicar tudo a um projeto novo, real, o que, certamente, trará contribuições para a evolução pessoal e profissional.
Donato G. V. da Silva Junior
Aluno do 5º Semestre do Curso Superior em Tecnologia em Sistemas para Internet
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