Mesmo após o último acordo ortográfico homologado em 2016, a acentuação não deixou de ser um desafio para os brasileiros! Pais ou país? Depende do que se quer dizer... A diferença gráfica está no acento agudo, porém, a ausência ou não dele influirá diretamente no significado da palavra. Sem dúvida, quando digitamos um texto, nem sempre nos atentamos à colocação dos acentos (agudo, circunflexo, grave) e até mesmo do til, muitas vezes acreditando que “o computador o fará por nós”. Ele faz sim, mas há algumas regulações para isso.
Cada vez mais a tecnologia tem nos ajudado a simplificar as coisas (algumas, porém) e a escrita foi uma delas. Rapidamente digitamos, copiamos e colamos, salvamos e muitas e muitas coisas são feitas em pouquíssimo tempo; isso não se pode negar! Quem usou muito a máquina de escrever terá ainda mais propriedade para compreender essa comparação: descartou-se o uso de carbonos, de estêncil para a replicação das cópias, entretanto, quanto à acentuação das palavras, não podemos afirmar que, como advento do computador, pudéssemos ficar tranquilos sem nos preocupar com os “benditos” acentos!
Retomando um pouquinho... Toda palavra que seja constituída por duas sílabas ou mais recebe um acento, mesmo que seja prosódico, ou seja, apenas na pronúncia: é o caso de ROsa, FAto, aNEL; existem mais ou menos 80% de vocábulos em nossa língua que não são acentuados graficamente (ainda bem). Então, por que acentuar? Ora, a acentuação gráfica não acontece por mera formalidade: há palavras que, se não forem acentuadas, terão a pronúncia acometida, o que comprometerá seu significado. Vejamos: sabia/sábia; esta/está; publico/público.
É importante ressaltar que há alguns refinamentos possíveis quando se trata de palavras únicas, com regras já preestabelecidas e o computador contar com um Microsoft Word atualizado; ele será capaz de realizar essas leituras e possíveis “correções”. Por exemplo: na escrita da palavra ambulância, pode ficar despreocupado, seu sistema irá acentuar, uma vez que não existe em nosso idioma a palavra AMBULANCIA (sem acento). O mesmo não acontece com ate (verbo atar) e até (preposição); influencia (verbo) e influência (substantivo) e tantos outros exemplos, e a justificativa é que existem as duas palavras e “máquina” nem sempre consegue dissecar.
O que fazer diante do teclado? Tanto a acentuação quanto o uso do til constituem a ortografia da nossa língua. Confiar apenas na revisão da inteligência artificial, como vimos, não é tão seguro assim; nós ainda somos insubstituíveis... Vale citar a frase de Erneste Hemingway, escritor e jornalista americano: “escreva bêbado, revise sóbrio”.
Prof. Me. Alessandra Manoel Porto – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.