Foram inúmeras as vezes que eu ouvi alguém falar que ninguém é insubstituível, principalmente no ambiente de trabalho. Gerentes e diretores enchiam o peito para falar essa frase, na intenção de imprimir medo nos seus colaboradores. Afinal, apenas um passo em falso e você seria dispensado, com tchau e bênção.
Tal frase é poderosa e destrutível, capaz de reduzir seus funcionários a meros cumpridores de horário, tarefas e pessoas que apenas querem garantir um salário no final do mês. Toda criatividade, vontade de inovar, amor à empresa e sentimento de pertencimento morrem.
Por que eu irei procurar maneiras de desempenhar meu trabalho de forma menos onerosa se eu posso ser chutado daqui amanhã? Por que eu tenho que ajudar meu colega, eventualmente desempenhando uma tarefa que não me cabe, se amanhã nenhum de nós pode estar aqui? Por que me importar com uma empresa que nem se importa se eu fico ou se eu vou, que não me dá garantias e nem reconhece meu trabalho?
Liderar é uma tarefa difícil. Muitos ainda acreditam que um chefe deve impor respeito pelo medo, tomar decisões de forma unilateral, sem qualquer questionamento ao funcionário, e obter bom rendimento por meio da pressão.
Acontece que esse modo de gerir arcaico só torna o chefe alguém pouco querido, por quem ninguém faria sacrifícios, deixa o ambiente cheio de tensão e seus funcionários ansiosos e sem energia alguma para desempenhar as atividades. Tudo isso propicia o ambiente perfeito para o fracasso da empresa.
Segundo a Associação de Psicologia dos Estados Unidos, em 2014, 75% dos trabalhadores americanos citaram seus chefes como a principal fonte de estresse no trabalho. Em 2015, pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Stanford fizeram uma triagem em mais de 200 estudos e concluíram que o estresse causado no trabalho pode ser tão prejudicial quanto a exposição a uma quantidade considerável de fumaça de cigarro, de acordo com artigo publicado no jornal Behavioral Science & Policy, dos Estados Unidos. Assim, sem metáforas, o chefe autoritário é literalmente tóxico.
Dessa forma, é notório que ser chefe pode ser algo herdado. Já ser líder é algo a ser conquistado.
Monalisa Caroline Pena
discente do 1º semestre do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Fatec Jales.