A sociedade capitalista tem investido robustamente em estratégias de marketing, estimulando, abruptamente, o consumismo. De modo solícito, de boa aparência, útil e versátil, vem provando que somos dependentes dele, entretanto, toda essa praticidade tem provocado alguns desequilíbrios ambientais e nos afetado diretamente. Das muitas ações fomentadas,
investimentos em política de logística reversa amenizariam futuros impactos.
Muitos tratados, tanto nacionais como internacionais, em suas premissas, pautam-se no reestabelecimento da harmonia entre o homem e o meio ambiente. Sedimentados por leis, mas que, infelizmente, mais de cunho performativo que prático, poucos têm apresentado resultados (é muito decepcionante estarmos certos disso). O último, denominado 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), aconteceu em outubro de 2021, em Glasgow, na Escócia, com foco na preservação do meio ambiente, gases emitidos e efeito estufa.
Ainda, não se pode negar que a tecnologia, cada vez mais robusta, tem oferecido alternativas na economia de, por exemplo, papel (muitos documentos rotineiros deixaram de ser impressos), energia elétrica (tecnologia de ponta usada na captação da energia solar), combustível (reuniões e trabalhos realizados em home office evitam deslocamentos de carro), entre outros.
Onde entraria a logística reversa nesse cenário? Pensemos em ações, por exemplo, no setor do agronegócio, relacionadas à devolutiva de embalagens de insumos utilizados nas lavouras (embora haja índices que mostram não serem todos os produtores que o fazem adequadamente). No setor de perfumarias, há locais que recebem os frascos e os destinam a fins mais adequados (conquanto ainda não os utilizem para o reuso). Também existem práticas relativas a coletas de lâmpadas, pilhas e materiais eletrônicos para destinos apropriados.
E as garrafas de vidro? O que se tem feito com elas? Infelizmente o vidro tem sido um desafio. Há propostas de leis tramitando no âmbito federal sobre a instituição da Logística Reversa do Vidro, que são por demais urgentes. Alguns municípios têm realizado campanhas específicas para o recolhimento desse tipo de embalagem em parceria com cooperativas regionais, uma vez que a demanda pelo material é baixa no setor de reciclagem.
Enquanto isso, o que podemos fazer, nós consumidores? Devemos apoiar todas as iniciativas em prol da logística reversa, como as ações de cooperativas e municípios, que se preocupam com o vidro, e buscar alternativas na negação de consumo de produtos que ainda resistem a ela (eu deixei de consumir alguns produtos, outros já estão na minha mira!). Testificando pelas palavras de Umberto Eco, escritor do romance “O Nome da Rosa”, “justificar tragédias como ‘vontade divina’ tira da gente a responsabilidade por nossas escolhas”.
Prof.ª Me. Alessandra Manoel Porto – alessandra.porto@fatec.sp.gov.br
Docente Fatec Jales– fatecnologia@fatecjales.edu.br