Na edição passada, abordamos o conceito de vida e como os robôs humanoides em desenvolvimento podem ser enquadrados no atual cenário em que vivemos. Neste momento, cabe-nos esclarecer o potencial que tais seres podem representar para o futuro da humanidade.
Inicialmente, destacamos o potencial de capacidade tecnológica desses robôs. Há dois detalhes tecnológicos emergentes que, aliados às tecnologias já consolidadas, desenham um futuro de possibilidades quase ilimitadas para esses seres.
Primeiramente, trazemos para a reflexão a evolução da internet 6G, já em testes na China. Ela trará uma velocidade de navegação na internet gigantesca, permitindo que dados, vídeos e informações em geral sejam transmitidos tão rapidamente quanto a velocidade do pensamento, pelo menos do pensamento humano.
A outra tecnologia emergente são os chamados computadores quânticos, que devem trazer equipamentos com uma capacidade de processamento inimaginável, muito superior aos melhores supercomputadores disponíveis hoje no mercado.
Não precisa ser cientista para prever que tudo isso, incorporado a um robô humanoide, dotado de livre movimento, livre acesso às gigantescas bases de dados da internet, com capacidade de conexão “às coisas” (IOT do inglês Internet of Things, ou seja, quaisquer dispositivos conectados à rede, como carros, TVs, eletroeletrônicos etc.) e com inteligência artificial (IA), pode se transformar em uma “supercriatura”.
Ficção científica à parte, o fato é que tais criaturas, se existirem, poderão nos superar em quase todas as funcionalidades hoje existentes, desempenhando tarefas complexas (ou não), perigosas, insalubres, cansativas ou, até mesmo, intelectualizadas, de uma forma muito eficiente, talvez até em médio prazo. E não estamos levando em conta o fato de elas, provavelmente, não se cansarem, não se revoltarem processando os empregadores via sindicatos, não usufruírem de alguns direitos trabalhistas como férias, 13º salário e, até mesmo, não reclamarem. Confesso que fiquei com uma certa dúvida sobre essa última colocação.
E nós, onde nos enquadraremos em tudo isso? Qual deverá ser o nosso papel neste novo mundo? “Minissenhores feudais hightech”! Ainda teremos alguma utilidade? Se teremos, até quando?
São questões que, ainda, estão no plano filosófico, diria talvez até com caráter de “teorias conspiratórias”, mas que, na melhor das hipóteses, irão representar uma nova revolução, idealmente, a favor da humanidade. Será?
E se houver algum desacordo nesse novo projeto de mundo, de modo que as economias globais não consigam prover as diversas readequações necessárias para nós, seres humanos, como resolveremos esses desafios?
Talvez seja cedo, mas espero que alguém esteja pensando de forma séria nisso agora!
Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
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