Para fechar a “trilogia” sobre criatividade, abordaremos, neste último artigo da série, mesmo que de forma introdutória, a criatividade em tempos de tecnologia.
Conforme mencionado no artigo da semana passada, vivemos em uma época em que a tecnologia domina praticamente todas as áreas da vida humana. Isso acontece inclusive no campo do entretenimento infanto-juvenil, o que, de certa forma, prejudica ou limita o desenvolvimento da criatividade das crianças e jovens em fases tão importantes da vida.
Mas isso não é, ou pelo menos não deveria ser, uma verdade absoluta. Os dispositivos digitais também permitem o desenvolvimento da criatividade humana de muitas formas, a começar pelo próprio processo de pesquisa, fonte primária para a criação. Buscar informação nunca foi tão “fácil” e acessível.
Nesses dispositivos, há uma infinidade de ferramentas que permitem, por exemplo, a criação de jogos, programas, sites, produtos, serviços e empreendimentos em geral, que, no passado, eram inexistentes, dificultando o processo de criação.
Para o público infantil, existem jogos, como o Minecraft, que permitem criar ambientes (mundos, mapas) com diferentes personagens, objetos, cenários, enfim, um micromundo digital, em que os jogadores criam, brincam, estabelecem regras e outros atributos elaborados de acordo com a mente do jogador/criador.
Também os blogs, sites e aplicativos nos permitem criar textos, soluções, interfaces e muitos outros recursos de resolução de problemas com uma efetividade muito grande e a baixíssimos custos.
Para complementar esse diversificado leque de opções potencialmente voltadas ao exercício da criação, popularizou-se recentemente o uso de inteligência artificial (IA). Ela tem ampliado de forma significativa as possibilidades de criação, inovação e resolução de problemas por meio dos chamados copilots (“copilotos”) e, no futuro, de forma autônoma, em processo de desenvolvimento.
No primeiro formato, a IA é utilizada como uma espécie de “ajudante”, daí a alusão a um copiloto, isto é, um piloto auxiliar para ajudar no desenvolvimento dos projetos. Os algoritmos de IA podem gerar partes de códigos computacionais, imagens e cenários artificiais, textos, pequenos vídeos etc., mas sob a supervisão humana.
No outro formato, que, como dito, está sendo desenvolvido, os algoritmos devem assumir cada vez mais automaticidade, elevando o nível criativo das ferramentas computacionais a níveis quase humanos. Provavelmente, assumiremos um papel mais de “mentoria da criatividade”, guiando e orientando a criação de acordo com as nossas necessidades.
O que virá depois é difícil predizer, mas tudo leva a crer que continuaremos no comando. Assim esperamos...
Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
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