A inteligência artificial (IA) tem se tornado uma ferramenta crucial em todas as etapas do processo de publicidade. Essa utilização pode trazer diversos benefícios como segmentação de anúncios de forma mais precisa e eficiente, podendo aumentar a relevância e o impacto dessas propagandas.
Nesse contexto, podemos apresentar dois propósitos principais da utilização de inteligência artificial no campo de publicidade e propaganda: posicionamento de anúncios e criação de conteúdo. No primeiro caso, é resultante de filtros e direcionamentos mais “personalizados” aos consumidores, enquanto o segundo combina ou até mesmo gera elementos de conteúdo por meio de algoritmos mais avançados.
No entanto, para que tais resultados de divulgação sejam satisfatórios, é necessário um grande volume de dados, por consequência, exige uma grande coleta de dados dos clientes por partes das empresas. Diante disso, o aumento dessa utilização por profissionais da área trouxe preocupações éticas relacionadas à transparência e à privacidade de dados dos consumidores.
Um dos campos que tem gerado debates é se o consumidor deve (ou não) ser informado quando uma propaganda é direcionada ou criada por uma máquina. Buscando compreender a preferência dos consumidores, estudos têm mostrado que as pessoas são mais propensas a serem atraídas por propagandas que recomendam produtos do que as publicidades geradas por IA.
Um estudo realizado por pesquisadores chineses nos Estados Unidos demonstrou que, além dessa confirmação de preferência, os consumidores também confiavam mais nas propagandas quando eram informados da sua origem do que quando não eram. Além disso, é importante ressaltar que as pessoas são influenciadas pelo contexto em que a mídia de propaganda aparece, ou seja, o direcionamento desse conteúdo deve ser cautelosamente pensado para que não cause constrangimento ao público.
Garantir que os consumidores estejam sempre bem-informados quanto à origem da propaganda pode gerar um maior engajamento entre eles e empresa. Nesse sentido, a transparência das ações de publicidade, além de proporcionar um contato mais personalizado e “próximo” com as pessoas, pode evitar problemas de contexto moral e ético. Por fim, é essencial lembrar que o uso das tecnologias por pessoas e empresas deve ser uma ferramenta de suporte e não uma ferramenta fim, garantindo, assim, que valores éticos e morais sejam respeitados na divulgação das propagandas.
Emerson Aparecido Mouco Junior – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Aluno egresso e ex-docente da Fatec Jales