No último final de semana de outubro a Fatec Jales e a Etec Jales organizaram o I SEAGRO, Semana de Agronegócio de Jales, evento que congregou palestrantes, pesquisadores, docentes e alunos de ambas as instituições, além do público empresarial simpatizante, abordando alguns dos principais usos da tecnologia no setor do agronegócio brasileiro e uma palestra que chamou bastante atenção foi sobre o uso de drones na agricultura.
A temática, além de muito interessante do ponto de vista da aplicação de tecnologia no campo, mostrou algo que certamente nos orgulha como brasileiros que é o fato do Brasil não somente dominar estas tecnologias mas, ser o maior usuário mundial de drones na agricultura.
Espantoso, se não soubéssemos que figuramos como um dos principais produtores e exportadores mundiais de alimentos do planeta, mas ao mesmo tempo um sinal mais do que evidente de como a produção agropecuária em larga escala depende cada vez mais de tecnologia de ponta no campo.
O que há duas décadas se concentrava mais em georreferenciamento, isto é, mapeamento de áreas agrícolas com informações sobre relevo, localização de falhas geológicas, identificação de áreas de preservação permanente (APP’s), entre outros, hoje foca em interferência direta desses equipamentos nos processos de adubagem, pulverização, controle de pragas, controle de produção, entre outros mecanismos que visam o aumento do volume de produtividade e também dos aspectos qualitativos.
Com o uso de drones, é possível realizar uma adubagem mais detalhada das áreas de plantio, pulverizando com maior especificidade as áreas com maior déficit produtivo, ou mesmo com problemas mais específicos de pragas. Assim, além de se utilizar menos defensivos na plantação em geral, economiza-se com a redução dos eventuais excessos.
Outro diferencial importante que os drones podem oferecer é o acesso a áreas e terrenos mais difíceis de serem manejados, como encostas de montanhas (café de encosta principalmente no sul do Estado de Minas Gerais) ou mesmo áreas florestais, com distribuição de diferentes densidades, alturas, e outras características dessas regiões.
Em termos de plantio, também é possível através do uso de drones, melhorar a performance em áreas com diferentes características altimétricas aumentando a eficiência do sistema e, consequentemente, a produtividade.
Em termos qualitativos, ganhamos também no que se refere ao uso de defensivos agrícolas uma vez que a redução da aplicação desses químicos nas plantações certamente reduz os riscos no consumo de alimentos.
Enfim, as perspectivas do uso dessa tecnologia na agricultura e na pecuária (monitoramento/contagem do gado) só trazem ganhos, para quem planta, para quem colhe e para quem consome, algo muito necessário observando que a produção geral de alimentos deve aumentar em até 30% até 2050. Viva a tecnologia!
Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo - Fatec Jales
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