Em um mundo onde a tecnologia parece ser a solução para tudo, a inteligência artificial (IA) está ocupando cada vez mais espaço – e não estamos falando apenas do espaço no disco rígido. De ajudar a prever vendas a automatizar tarefas administrativas, a IA está se tornando aquela colega de trabalho que faz tudo... menos reclamar do café frio.
Prova disso é o recente lançamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do Módulo de Apoio para Redação com Inteligência Artificial (Maria). Apresentada em evento no dia 16 de janeiro, a ferramenta promete transformar a produção de textos no Tribunal, agilizando e otimizando a redação de documentos. Durante o evento, o ministro Luís Roberto Barroso interagiu de maneira descontraída com a Maria, testando suas funcionalidades e arrancando risadas dos presentes com comentários espirituosos. "É uma inovação que não só nos ajuda a ganhar tempo e eficiência, mas também nos diverte. Parece que até as máquinas estão ficando inteligentes o suficiente para entender o Judiciário brasileiro", brincou Barroso, enquanto explorava as possibilidades da ferramenta.
No mundo corporativo, a administração é um dos setores em que essa presença é mais evidente. Robôs inteligentes já analisam dados em minutos, automatizam processos repetitivos e ajudam empresas a prever riscos e evitar prejuízos. Para muitos gestores, a IA é a aliada perfeita para otimizar operações e liberar os funcionários para tarefas mais estratégicas. Afinal, quem não gostaria de deixar o trabalho maçante para focar na elaboração de algo inovador?
Mas, como toda nova tecnologia, a IA não chega sem desafios. Um deles é o impacto no mercado de trabalho. Relatórios apontam que milhões de empregos podem desaparecer nos próximos anos, principalmente em funções administrativas e operacionais que podem ser realizadas por máquinas. É o preço da eficiência: um robô não tira férias, não adoece e, claro, nunca erra o ponto do café.
Outro risco, talvez menos óbvio, é a dependência excessiva da tecnologia. Se, por um lado, os algoritmos podem identificar padrões e sugerir soluções, por outro, eles ainda estão longe de substituir habilidades humanas, como criatividade, empatia e julgamento crítico. Como especialistas gostam de lembrar, a IA é uma ferramenta poderosa, mas não um substituto para o toque humano.
A verdade é que a inteligência artificial não vai embora. Pelo contrário, sua presença só tende a crescer, tanto nos bastidores quanto nas tomadas de decisão. Cabe a nós, humanos, aprender a conviver e colaborar com essa nova colega – seja programando suas funções, seja aproveitando o tempo que ela nos poupa para inovar.
Prof. Me. Rivelino Rodrigues
Docente da Fatec Jales