O tema Inteligência Artificial (IA) tem ocupado o centro das grandes pautas globais quando o assunto é tecnologia, abrangendo segmentos empresariais, educacionais, sociais, governamentais e até mesmo humanísticos.
Apenas para dimensionar as implicações que a IA tem gerado no planeta, nos últimos dois anos várias autoridades governamentais em diversos países tecnologicamente evoluídos têm buscado algum tipo de regulação, regulamentação ou até mesmo controle da IA, uma vez que essas tecnologias incitam, na visão de muitas comunidades científicas, perspectivas relativamente negativas para o futuro da raça humana.
Em contraponto, uma outra parte dos cientistas tem sido um pouco mais conservadora quanto a esse horizonte sombrio, inclusive colocando em xeque, se de fato, tais algoritmos são mesmo inteligentes.
Para uma reflexão mais pautada sobre o tema é preciso primeiramente tentar definir o que é inteligência. Existem muitas definições sobre a inteligência, mas algumas características constroem um senso comum (Wikipédia), como:
- habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata;
- compreender ideias complexas;
- aprender rápido;
- aprender com a experiência;
- habilidade cognitiva;
- comportamento adaptativo orientado a metas;
- habilidade de intencionalmente reorganizar informações para inferir novos conhecimentos;
- engajamento nas várias formas de raciocínio
- superação de obstáculos mediante o pensamento.
Essas e outras premissas foram desenhadas a partir dos modelos humanos, que através de sua própria análise, estabeleceram padrões comportamentais validados ao longo da evolução da própria humanidade.
Pois bem, essencialmente, os algoritmos de IA agem de forma muito similar aos modelos humanos. Resumidamente, as IA coletam dados (pesquisam em bases de dados gigantes – data mining, deep learninge big data), tratam esses dados estatisticamente de modo a estabelecerem padrões (pattern design), realizam inferência estatística (Data Science), validam esses padrões e propõem soluções simples ou complexas de acordo com os problemas.
Ora, se esses modelos “artificiais” não são análogos aos “naturais”, então é preciso revisar ambos!
Uma coisa é fato, o que deve estar motivando as nações a discutirem sobre o assunto é que a raça humana levou aproximadamente 10.000 anos para sair do simples instinto de sobrevivência em cavernas para alcançar o status atual de inteligência.
Já as IAs...
Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Junior
Docente da Fatec Jales