Nos últimos dias, muitas pessoas têm acompanhado a notícia de que o dólar caiu em relação ao real. Mas, afinal, o que isso muda em nossa vida?
Em primeiro lugar, é bom lembrar: o valor do dólar não cai ou sobe por acaso. Lá fora, nos Estados Unidos, há expectativa de que os juros fiquem mais baixos, o que tira um pouco da força da moeda americana. Aqui no Brasil, o que tem ajudado é a entrada de dinheiro de investidores estrangeiros, atraídos pelas nossas taxas de juros e pelo peso do agronegócio, da mineração e da energia limpa em nossa economia.
Para o consumidor, esse movimento pode trazer certo alívio. Produtos importados tendem a ficar mais baratos, assim como passagens e pacotes de viagem para o exterior. Empresas que compram máquinas e insumos de fora também se beneficiam, já que gastam menos.
Por outro lado, nem todo mundo comemora. Quem exporta — principalmente o setor agrícola — pode sentir o bolso apertar, porque recebe em dólar, mas paga as despesas em real. Quando o dólar cai demais, as margens de lucro diminuem.
Por isso, é bom entender que essa “queda” tem dois lados. Para nós, consumidores, pode ser um respiro em tempos de preços altos. Mas, para a economia como um todo, é preciso equilíbrio: se o real se valorizar demais, o Brasil pode perder competitividade no mercado internacional.
Resumindo: dólar baixo é um alívio no curto prazo, mas o país precisa estar atento para que a boa notícia de hoje não se transforme em problema amanhã.
Prof. Dr. Leandro Arthur Pinto
Docente da Faculdade de Tecnologia “Professor José Camargo” – Fatec Jales