O ano de 2016 terminou e começamos a pensar nas tendências no mundo da tecnologia para 2017. Digo nós, pessoas comuns, porque a indústria de tecnologia já vem pensando nisso desde 2015 ou antes.
É indiscutível que a principal “novidade” tecnológica de 2016 foi a popularização da realidade virtual e da realidade aumentada promovida pelo jogo Pokemon GO, temas amplamente discutidos nesta coluna em pelo menos três artigos. Segundo especialistas, essa é uma tendência que certamente deve ter continuidade em 2017. De acordo com Sofía S. Morales, do portal Expansion associada a CNN, esse ambiente deve aproximar-se mais intensamente dos segmentos industriais, nos quais os sistemas de simulação de locais ou de condições inóspitas (fundo do mar, torres, aeronaves, etc), que requerem simulações de grande complexidade, são os prováveis clientes da realidade aumentada.
A Gartner Inc., empresa de consultoria e pesquisas prospectivas no setor de tecnologia, publicou no mês passado as dez principais tendências tecnológicas para 2017, sendo que as primeiras três apontam para a chamada Inteligência Artificial (AI – Artificial Intelligence). Foram mencionados a AI, a aprendizagem avançada da máquina, o avanço dos aplicativos inteligentes e as chamadas “coisas inteligentes”, todas relacionadas aos algoritmos de última geração que tornam os sistemas mais inteligentes ou mais “naturalmente inteligentes”. Isso quer dizer que os novos dispositivos inteligentes obterão a médio (nos próximos dez anos) e longo prazo um grau de adaptabilidade ao nosso ambiente humano que será até difícil distinguir entre a interação com um sistema desses ou com outros seres humanos. Foi mencionado também que todo sistema tecnológico deverá incorporar algum nível de AI em sua constituição.
Outra tendência importante são os chamados Sistemas Conversacionais, novo paradigma voltado a interfaces de conversação do homem com a máquina e da própria máquina com outras máquinas (tanto em nível de programas – softwares como de equipamentos físicos – hardware), que deve integrar ainda mais o mundo digital, expandindo-se à chamada Internet das Coisas, outra importante tendência de 2017 e de anos futuros. Esta última faz parte de uma concepção já em andamento, que busca interligar os mais variados dispositivos elétrico-eletrônicos conectados à internet, como as TVs, os aparelhos de refrigeração, os carros, as lâmpadas, os portões, enfim, tudo o que tiver um protocolo de conexão à grande rede mundial de computadores.
Por fim, em 2017, teremos uma expansão cada vez maior dos chamados Blockchain, tecnologia que utiliza a opinião de vários usuários como critério de validação de serviços, como compras online em portais e lojas virtuais em uma espécie de auditoria coletiva de consumidores e analistas desse mercado. As várias comunidades sociais terão um papel fundamental nesse segmento.
Outras previsões igualmente importantes também merecem ser citadas, como o uso mais intenso dos drones, o aperfeiçoamento dos automóveis autônomos, dos veículos elétricos, a presença dos robôs sociais e até a expansão das chamadas “roupas inteligentes”, assuntos que serão tratados nos próximos textos desta coluna.