A expectativa de vida no mundo cresceu de 65,3 anos, na década de 1990, para 71,5 anos, em 2013, segundo o periódico The Lancet, publicado no final de 2014. Mais especificamente no Brasil, essa média subiu de aproximadamente 55 anos, na década de 1960, para 74 anos, em 2013.
Dentre os diversos fatores que contribuíram para esses números, citou-se a redução da taxa de mortalidade infantil em países subdesenvolvidos e de mortes causadas por doenças graves, principalmente cardiovasculares, em países mais desenvolvidos. Em ambos os casos, o avanço da medicina, amparado pelo desenvolvimento tecnológico, tem sido um importante diferencial na busca da longevidade.
O que na década de 1960 sugeria ser simplesmente ficção científica, como os scanners do corpo humano, retratados no filme “2001 - uma odisseia no espaço”, de Stanley Kubrick, passaram a ser realidades amplamente acessíveis como os exames de ressonância magnética duas décadas após.
Atualmente, além da ressonância magnética convencional, exames como a tomografia computadorizada, a qual utiliza o raio-X como princípio de formação das imagens radiológicas, os dispositivos de ultrassom, os exames funcionais, ou seja, aqueles que analisam o funcionamento das estruturas corpóreas em tempo real, como a própria ressonância magnética funcional e as angiografias, e, por fim, os exames de medicina nuclear, fortalecem o avançado aparato tecnológico utilizado para o diagnóstico médico em doenças que necessitam de imagens do corpo humano.
Esses exames permitem a visualização das estruturas internas do corpo humano com precisão e detalhamentos incríveis, proporcionando uma forma não invasiva de avaliação, isto é, dispensando a necessidade de se “abrir” o corpo humano, o que certamente reduz o desconforto do paciente mediante uma internação com pós-operatório, além da redução dos riscos gerados por procedimentos invasivos, como as infecções hospitalares.
Outro papel importante que a tecnologia tem desempenhado na área da saúde são os softwares e sistemas computacionais voltados ao auxílio diagnóstico computadorizado, os chamados CAD (Computer Aided Diagnosis). Esses sistemas utilizam uma série de algoritmos que, fundamentalmente, analisam as imagens gerando uma espécie de pré-laudo interpretado, em muitos casos, como uma segunda opinião ao diagnóstico efetuado pelos médicos. Observando que a forma como o computador “enxerga” as imagens é mais “quantitativo” do que o olhar humano, a precisão dessas análises, em muitos casos, é bem maior.
Por fim, vale ainda salientar a organização, o armazenamento na forma digital, a popularização da informação e a velocidade na troca dessas informações que a tecnologia da informação proporciona. Na maioria dos hospitais e clínicas do mundo, incluindo vários no Brasil, existem os sistemas específicos de informação desenvolvidos para essa finalidade como os chamados HIS (Hospital Information System), os RIS (Radiology Information System) e sistema de comunicação e armazenamento de imagens (PACS – Picture Archiving and Communication System).
Temos o privilégio de viver em uma era em que a medicina nos proporciona cada vez mais conforto e longevidade devido, entre outros fatores, a influência direta da tecnologia. O que o futuro nos reserva? Existe, como sempre, um grau de incerteza quanto a essa resposta, porém o fato é que viveremos cada vez mais, e esperamos que, cada vez melhor.