A realidade das mulheres no mundo do agronegócio está crescendo no Brasil. Cada vez mais vemos mães, filhas e avós assumindo lugares de grande importância nesse segmento, espaços que eram de predominância masculina, como escritórios, usinas, indústrias e propriedades rurais, nos quais atuam, por exemplo, em sua gestão. Elas estão mostrando, a cada dia, que não são o sexo frágil que se pensava.
Com a educação, as mulheres estão procurando se aperfeiçoar no mundo que o agronegócio está transformando por meio de máquinas novas, tecnologia, novas técnicas de plantio. Podemos ver isso nos números relativos ao país: 27% dos cargos de chefia são ocupados por mulheres, e, só no campo, elas representam 43% do 1,3 bilhão de pequenos agricultores do mundo, segundo dados da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), da Organização das Nações Unidas (ONU). Especificamente no setor rural, pesquisas mostram que 59,2% das mulheres são proprietárias ou sócias de empresas do segmento, 30,5% são funcionárias ou colaboradoras e apenas 10,4% são diretoras, gerentes e coordenadoras.
Programas de incentivo ao trabalho feminino no agronegócio crescem no país. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) tem um departamento especial só para atender as agricultoras. Chamado de Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais (DPMR), o setor tem entre os principais projetos o Programa Nacional de Documentação das Trabalhadoras Rurais, o Pronaf Mulher; o Programa Organização Produtiva de Mulheres Rurais; a Assistência Técnica e Extensão Rural para mulheres (ATER para mulheres). Esses são apenas exemplos que mostram a importância delas ao contexto rural do país.
Mesmo com tantas iniciativas e ações que vinculam as mulheres ao setor rural, ainda existe muito preconceito. Não é difícil encontrar homens que ainda carregam um sentimento machista de que o sexo feminino não tem espaço no campo e de que elas não são capazes de entender e atuar nessa área. Por isso, buscar conhecimento é muito importante, o que tem levado as mulheres a ocupar, por exemplo, vagas em cursos de graduação relativos ao agronegócio, como o curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia “Professor José Camargo”, que forma gestores e gestoras desse setor.
Na era em que a força física é substituída pela informação, o conhecimento é fundamental, sendo a crescente atuação das mulheres no agro uma realidade. Ganhar o respeito da ala masculina do agronegócio não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Cabe àquelas que querem ganhar mais espaço e respeito ir atrás desse objetivo. Informação tem para todos e todas, espaço também.
Vanessa Aparecida de Barros.
Aluna do 1º sem. do Curso de Tecnologia em Agronegócio - Fatec Jales.