Nossa língua portuguesa bem “abrasileirada” é realmente uma mãezona: acolhe tantas outras de modo versátil, pontual e, às vezes, esta hospitalidade dura para sempre... Sim, e nem por isso deixamos de ser nós mesmos, brasileiros! Tudo isso evidencia uma língua híbrida, com jeitinho brasileiro, tanto nos novos significados como na pronúncia. Aclamaremos, aqui, no entanto, “as novas aprendizagens” das palavras inglesas que chegaram com tudo e ganharam espaço entre nós por conta da pandemia da Covid-19.
Lá, bem no início, o português do Brasil já se misturou à língua indígena, e dela herdamos mingau, mandioca...; da África também fomos presenteados: temos dengo, miçangas...
Tivemos influências do francês, não por colonização, mas por questões econômicas! Entre menu e menu (cardápio) e para não perder a piada, caso perca o amigo, as mulheres brasileiras vestem sutiã (soutien) em vez de “porta-seios”. E quem, neste período de coronavírus, nunca teve um déjà-vu ao revisitar na história a Gripe Espanhola, que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920 e que infectou aproximadamente 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial naquela época. E muitos outros vocábulos foram incorporados, os quais usamos até hoje. “Acenda o abajour, por favor”!
Por força das colonizações, recebemos do espanhol muitos vocábulos que fazem gente ‘grande’ cair do cavalo, por se tratarem dos “falsos cognatos”, também conhecidos como “falsos amigos”: apellido significa sobrenome e borracha não passa de uma mulher bêbada. Do italiano, embora muitas pessoas o ignorem pelo parentesco claro, comemos muitos pratos que ganhamos de sua cozinha: espaguete, macarrão, panetone e assim vai. E não poderíamos deixar de citar que, apesar da pouca influência no campo da Medicina, por utilizarem o latim por muitos anos, a malária é de origem italiana. Dos japoneses: ah, que saudade estamos, de estar com amigos num bar karaokê, tomando umas caipirinhas de saquê. Porém, é mais prudente ficar em casa lendo uns mangás, que curiosamente são sempre lidos, ao contrário dos quadrinhos ocidentais, da direita para a esquerda e de trás para frente.
Mas, agora, vamos falar do INGLÊS - sim, de origem britânica, mas “importado” pelos Estados Unidos, tal qual nossa língua brasileira, que, na verdade, é portuguesa! Enfim, há tempos gostamos dos estrangeirismos em nosso idioma (há muitos debates sobre isso, mas aqui não seria nosso objetivo), e esse Iove, esse crush, foi tanto que os embutimos em nós, a cada momento, a cada situação, e “garramos amor”.
Nossa criatividade linguística acompanha a espirituosa identidade brasileira. Assistimos a um filme e também participamos de cultos religiosos por DRIVE-IN; ficamos “presos” por meio de LOCKDOWN; temos palestras e aulas ONLINE; ah, temos SHOWS(esta já tínhamos adotado faz tempo!) por LIVE; trabalhamos em HOME OFFICE; compramos e recebemos por DELIVERY; compramos comida também no DRIVE-THRU e por TAKE AWAY; também ouvimos e, muitas vezes, sem saber, compartilhamos FAKE NEWS e, a cada instante, levamos um BOOM nos noticiários.
O que fica para nós é que nossa língua é única, mesmo com todas as influências e estrangeirismos contidos nela, não deixamos de ser nós mesmos, brasileiros. Estudiosos da identidade nacional não atribuem como único fator identitário o idioma (e nem poderiam), assim, nosso jeito hospitaleiro, até com as outras línguas, traduz muito da nossa identidade. Bem, por agora é só! Vamos para um HAPPY HOUR e noutro momento continuamos nosso papo.
Prof. Me. Alessandra Manoel Porto – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Prof. Me. Carlos Alberto Gonçalves da Silva - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.