No último artigo dessa série comentamos sobre alguns pontos intrigantes sobre o que ocorreu nas últimas duas décadas do século passado prosseguindo até o início dos anos 2010.
A questão da produtividade das empresas não acompanhar a inserção da tecnologia que alterou os sistemas de produção e de prestação de serviços deveu-se ao fato dessa tecnologia simplesmente substituir os trabalhadores humanos por robôs que em essência executavam os mesmos ofícios de características quase braçais porém demandando mais atenção quanto aos aspectos quantitativos da produção.
Esta mera substituição de “mão-de-obra” humana pela tecnológica proporciona aquilo que vulgarmente chamamos de “trocar seis por meia dúzia” pois se uma dada atividade deixou de ser realizada por um ser humano, atividades estas com baixa necessidade de conhecimentos tecnológicos, para ser realizada por uma máquina, mesmo que robótica, não há ganho efetivo no processo produtivo, eventualmente pode haver até perda.
Você pode estar se perguntando, como assim perda? Um robô, dotado de inteligência artificial não deverá executar uma tarefa relativamente simples melhor que um ser humano? A resposta é: nem sempre!
Na fase que ainda estamos vivendo o nível de tecnologia disponível é a chamada “So-So” Technologies, que em uma tradução literal significa “Tecnologias mais ou menos”. Estranho, mas esse termo se refere as tecnologias que não possuem um desempenho igual ou melhor que o de seres humanos, mas que, ou estão um pouquinho abaixo, ou se igualando a níveis medianos de performance.
Um bom exemplo dessas tecnologias são os robôs utilizados nos SACs (Serviços de Atendimento ao Cliente). Quando ligamos em uma empresa de prestação de serviços, como de telefonia, TV à cabo, etc, normalmente quem nos atende é um robô, sistemas que possuem um nível intermediário de inteligência artificial com seus algoritmos, e que se dispõem a resolver problemas mais simples, como emitir uma segunda via de um boleto.
Sabemos, porém, que o atendimento nem sempre é bem sucedido pois dependendo do tipo de problema faz-se necessário transferir a ligação ao um atendente humano. Se o cliente tiver alguma particularidade que interfira na comunicação, como por exemplo má dicção, o sistema não funcionará bem por depender de interpretação de voz.
Ou seja, se o cliente agir mais ou menos na forma esperada pelo algoritmo, tudo bem. Senão, problemas... E, geralmente, cliente insatisfeito. Daí a ideia de “mais ou menos”, se der certo, bom, senão, apelamos para algum humano “mais paciente”.
O atual cenário pode ser resumido, segundo as pesquisas mencionadas, lideradas pelo MIT, pela emblemática frase: “The Robots Are Coming, But Slowly” ou os robôs estão chegando, mas devagar!
E nós? Estamos saindo?
Não deixem de acompanhar o próximo artigo desta série. Bom domingo a todos!
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
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