Na parte 3 da análise do futuro do mercado de trabalho, partimos da ideia de que os robôs estão chegando de forma relativamente lenta para questionarmos se, com isso, estamos de saída no cenário de longo e médio prazos. A resposta pode ser nem uma coisa nem a outra e, ao mesmo tempo, ambas!
Sim, os avanços tecnológicos têm ocupado uma série de postos de trabalho, mas os humanos que ocupavam tais empregos migraram e estão migrando para outras ocupações num processo de recolocação não exatamente sincronizado, mas que mal ou bem tem funcionado, ou seja, a tecnologia tem criado novas atividades laborais.
Muitas pesquisas têm apresentado resultados que garantem a necessidade de preenchimento de postos de trabalho mais especializados, inclusive para novas carreiras profissionais em ascensão ou mesmo de profissões que ainda nem foram formalmente criadas (na verdade que ainda nem existem).
Nas próximas duas décadas continuará havendo uma carência muito grande por profissionais em diversos segmentos da sociedade onde, mesmo com a tecnologia cada vez mais presente, devido as peculiaridades de algumas áreas, continuarão a demandar a essência da natureza humana.
São áreas que envolvem principalmente a saúde (médicos, psicólogos, enfermeiros, cuidadores, analistas laboratoriais, nutricionistas, fisioterapeutas, profissionais dos esportes, dentistas, etc.), a educação (professores, tutores, pesquisadores, educadores, cientistas, etc.), a criatividade (entretenimento em geral, artes, comunicação, jornalismo, entre outros), e a inovação, com novos modelos de negócios, planejamento e gestão estratégica, administração, enfim gestores e solucionadores de problemas.
Nessas, e em algumas outras áreas, como a informática, ainda somos imbatíveis. E temos que aproveitar essa “vantagem evolutiva” para buscarmos novas formas de atuar nessas ocupações. Sim, ainda assim se faz necessário evoluir nessas ocupações pois a presença cada vez mais marcante da tecnologia nessas profissões têm demandado ainda mais conhecimento tecnológico para acompanhar os “aperfeiçoamentos” que a tecnologia proporciona.
Um exemplo claro disso é a revolução na área da educação demandada pela pandemia do COVID-19 no ano de 2020. Os profissionais da educação tiveram que rapidamente se reinventar para permitir que os diferentes setores educacionais funcionassem a distância. E isso, claro, com o uso da tecnologia.
Outro exemplo muito apropriado dessa evolução é a medicina extremamente dependente da tecnologia para o seu pleno funcionamento, principalmente no que se refere a imagens médicas.
Uma conclusão pode ser tirada dos fatos. Nós, humanos, temos que continuamente evoluir, o que parece óbvio. Mas a evolução atualmente mais necessária refere-se ao mercado de trabalho.
Buscar e adaptar-se as novas ocupações criadas pela tecnologia é uma necessidade latente para que nós, humanos, ainda nos consideremos úteis à nossa própria existência. E o mais curioso de tudo é que isso depende de nossa essência! Como?
Não perca o último episódio desta série a ser publicada no próximo domingo!
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
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