Nesta semana em que o mundo comemorou o Dia Internacional da Mulher, muitas matérias jornalísticas ressaltaram alguns aspectos ainda presentes, infelizmente, no universo feminino, que apontam para injustiças, exclusões e outras mazelas que atingem esse público superlativo da raça humana.
A revista eletrônica MITSloan Mangement Review, do renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT (Massachusetts Institute of Technology), publicou o artigo Five Strategies to Retain Women in Tech (em tradução literal “Cinco estratégias para manter as mulheres na tecnologia”), que traz dados instigantes. Segundo ele, o número de mulheres que atua no setor de informática nos Estados Unidos da América nos dias atuais, principalmente na área de desenvolvimento, é menor do que em 1984 e 50% delas abandonam a carreira antes dos 35 anos de idade.
O referido artigo destaca que o fator preponderante para manter a classe feminina atuante na área da tecnologia é um ambiente de trabalho seguro com uma cultura inclusiva. Nesse sentido, o estudo aborda a necessidade de uma mudança de cultura no que diz respeito às relações trabalhistas do setor, que vão desde um tratamento mais igualitário quanto à questão da maternidade/paternidade, a manutenção de um ambiente seguro isento de assédios, comparações desmedidas ou mesmo preconceitos de gênero, até a existência de mulheres nos escalões hierárquicos superiores funcionando como modelo a ser seguido.
Apesar de o estudo ter sido realizado nos EUA, no Brasil a realidade não é muito diferente. No início da implantação dos cursos de ciência da computação no país na década de 1970, o Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP apresentava em seu quadro de estudantes de engenharia e ciência da computação aproximadamente 70% de mulheres.
Infelizmente esse quadro se inverteu, não somente pelas questões já abordadas, mas, principalmente, pelas condições desiguais que o mercado de trabalho impõe. Segundo pesquisas do IBGE (2019), “as profissionais de TI do sexo feminino têm grau de instrução mais elevado do que os homens do setor no Brasil, mas, mesmo assim, ganham 34% menos do que eles”, o que confirma a necessidade de uma cultura mais inclusiva, também no aspecto salarial.
Uma estratégia sugerida pelo estudo do MIT que entendo ser o maior trunfo das mulheres e que, portanto, deveria ser aproveitada pelo setor é o oferecimento de um ambiente propício ao exercício da criatividade. Nesse aspecto, elas, sem dúvida, excedem os limites que transcendem ambos os gêneros em todos os setores que utilizam tecnologia.
Atualmente, os diferentes setores econômicos dependem da tecnologia, da inovação e da criatividade e, certamente, o papel das mulheres nesse universo representa a chave para o sucesso, para a eficiência e para a solução dos grandes problemas que a humanidade tem pela frente neste século. Só não enxerga quem não quer! Parabéns e obrigado, seres criativos, talentosos e iluminados, por tudo. Inclusive pela vida!
Prof. Dr. Evanivaldo C. Silva Júnior
Docente e Diretor da Faculdade de Tecnologia Professor José Camargo- Fatec Jales
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
