Muito tem se falado em RESILIÊNCIA. Inicialmente teve seu emprego na física para se referir à propriedade que alguns corpos retomam após passarem por uma deformação. Conotativamente, no campo das emoções, vem como sinônimo de superação, ou seja, como capacidade humana de passar por situações desafiadoras e adaptar-se a elas ou superá-las. Seria, então, a falta ou pouca resiliência uma das causas de muitos trancamentos de matrículas ou até mesmo a desistência do curso por alunos do ensino superior no período da pandemia?
Em março, completamos um ano de início do processo de ensino remoto devido à pandemia. Encerrou-se o ano letivo de 2020 e iniciou-se 2021...de modo remoto e, em algumas situações, com o ensino híbrido. Mesmo com monitoramento, busca por alternativas e até soluções plausíveis apresentadas, houve uma queda por volta de 30% nas conclusões de semestres ou anos letivos.
Muitas justificativas foram relatadas: dificuldade com a mídia, baixa conexão, aparelhos inadequados, e também a não identificação com o sistema remoto, e a pandemia, e a casa, e a família, e o desemprego, e o emprego, e o barulho, e as perdas... Sim, tudo isso fez e continua fazendo parte de nós. Há estudos, ainda, que apontam a falta de profissionais num futuro próximo devido à grande evasão acadêmica dos universitários. Vale ressaltar um artigo do professor Jorge Gregógio (Fatec Jales) intitulado “o brasileiro não precisa ser estudado, ele precisa estudar”, e esse foi o desafio. E então, como lidar com as adversidades, resistindo a elas, sem desistir de projetos de vida que garantiriam um amanhã, quem sabe, mais promissor?
Os que “sobreviveram” externaram não serem fortes, sozinhos! Ancoraram-se! Buscaram a gestão do tempo e do espaço; fizeram acordos e desacordos também em casa, no trabalho e consigo mesmos; aumentaram a fé; renunciaram a não presença física do professor e ficaram com ele conectados; engoliram o choro e ora dividiram; pediram e ofereceram ajuda – ora, foram resilientes!
Augusto Cury, psiquiatra e escritor, aborda estudos sobre as emoções às quais ele denomina de “inteligência emocional”. Intimamente atrelada a ela está a resiliência, ao que afirma poder ser aprendida e desenvolvida, que ela se inicia quando o ser humano, com muitos motivos para ser curvar com as “intempéries da vida”, faz desses, escalas para os podiums mais altos. Nessa perspectiva, os fracassos, as dificuldades, as inconveniências são estímulos e não derrotas para os resilientes.
Sabemos que, em muitos casos, não só ser resiliente seja suficiente, mas aprender a ser redundante na busca dos sonhos, ousado, protagonista. Almir Sater, na música “Tocando em frente”, traz com sabedoria algumas afirmações de que “é preciso amor pra poder pulsar [...] é preciso a chuva para florir”; acrescentaríamos, portanto, que é preciso resiliência pra poder seguir.
Prof. Me. Alessandra Manoel Porto – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
