Uma pauta frequente no mundo da tecnologia neste início de 2017 tem sido a privacidade e a veracidade das informações disponíveis na internet. Em comum, o problema que a falta de ambas causa em nossas vidas. A privacidade é algo que de longe pode ser mantida na internet, seja em sites específicos de busca, como o mais conhecido Google, ou principalmente nas redes sociais, que, em muitos casos, funcionam como verdadeiros canais pessoais dos cidadãos comuns que fazem desses espaços um Big Brother Pessoal de suas vidas.
Programas baseados na exposição da vida “real”, como Reality Show, geralmente apresentados na televisão, admitem, apesar de questionáveis, regras de convivência, regras mínimas morais e uma condutividade, isto é, algum sentido da ética ou, utilizando uma terminologia “mais moderna”, um código de condutas “politicamente corretas”, por parte de seus gestores. Já nas redes sociais, tais condutas são à revelia do autor, fato responsável por uma exposição baseada pura e simplesmente nas concepções éticas e morais do próprio usuário, as quais, muitas vezes, são mínimas, insuficientes para garantir o bem-estar social.
Assim, grupos baseados em opiniões racistas, sexistas, antissemitistas, separatistas e muitos outros “istas” têm surgido com o intuito de fomentar uma simples condição de coletividade de opinião, apesar de potencialmente subversiva, ou, em situações mais graves, de mudar a opinião popular com base em uma ética de interesses em muitos casos arbitrária, o que pode gerar consequências muito sérias. Lembremos das últimas eleições norte- americanas nas quais vários grupos de extrema direita, apoiados por maiorias e minorias com ideologias questionáveis, influenciaram de forma decisiva o resultado final do pleito.
A veracidade das informações também está, infelizmente, relacionada à sua privacidade, em muitos casos. Boatos, notícias incertas, declarações equivocadas e tudo o mais de caráter falso têm gerado muitos transtornos e desinformação, o que certamente corrobora com a desorientação ética presente nesse sistema caótico de comunicação.
Como resolver esses problemas é parte de uma pergunta maior que é: podemos resolver esses contratempos?
A internet é um ambiente que, como todos sabem, apesar de existirem algumas regulamentações de cunho jurídico e um certo controle pelas empresas que possuem os maiores sistemas de informações, como o Google, o Facebook e outras redes sociais, ainda representa um território livre, com um nível de liberdade não encontrado em qualquer outro ambiente real (não virtual) da vida humana e, como tal, está sujeito a uma anarquia regulatória muito intensa.
Não entenda com isso que a rede mundial de computadores é um território sem lei; pelo contrário, ela existe em praticamente todos os países mundo afora, mas burlá-la parece ser bem mais fácil do que na vida real. A própria pessoa que se expõe, expõe os outros ou planta informações deturpadas pode ter uma identidade falsa, o chamado perfil fake! E apesar de ser possível o seu rastreamento, tal tarefa, na maioria das vezes, depende de conhecimentos mais complexos, tecnicamente falando.
É, quem está na web está sujeito a esse Big Brother Mundial, afinal você já deve ter ouvido o ditado: caiu na internet, já era!