São notórios os problemas decorrentes do sistema educacional, um ponto nevrálgico que deveria ser primordial para qualquer governo. Em um passado recente, a escola era a única forma de adquirirmos conhecimento. Hoje, há informação disponível de todas as maneiras, em todos os lugares, a qualquer momento, mas nem sempre ela é transformada em conhecimento. Vivemos uma era de importantes e profundas transformações. Diante desse quadro, qual a conduta de uma instituição que ainda segue um modelo em que o professor é o centro do ensino? Todos entendem essa realidade, mas o difícil é sair dessa fórmula.
Formas de flexibilizar o ensino estão sendo desenvolvidas, com o objetivo de atender a obrigações legais e promover a democratização do conhecimento, a equidade, personalização, adequação à formação de alunos e professores e, por último, mas não menos importante, a otimização de recursos.
Essa flexibilização pode se dar de diversas formas, sendo os modelos de Educação a Distância (EaD), impulsionados para o cumprimento do artigo n° 253 da Constituição do Estado de São Paulo e direcionados a democratizar o acesso ao conhecimento, os mais discutidos e controversos. Se, por um lado, temos as facilidades de adquirir conhecimento por meio de várias configurações de tempo, espaço e currículo, por outro, o apelo mercadológico da educação é enorme, fazendo com que haja depreciação e descrédito desses modelos. No entanto, temos que admitir que a escola tem que mudar. Mudar a forma de estrutura curricular, a forma de entender uma sala de aula – não necessariamente física, e o tempo - momento de ensino-aprendizagem.
Para isso, há que considerar que a educação tem passado por transformações em decorrência do desenvolvimento tecnológico, por meio das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), e isso inclui várias configurações de modelos como ensino a distância, aprendizagem aberta, educação virtual, educação on-line, b-learning (aprendizagem híbrida), e-learning (aprendizagem por qualquer meio eletrônico), m-learning (aprendizagem móvel), t-learning (aprendizagem baseada na TV interativa) e u-learning (aprendizagem com informações ubíquas). Todas metodologias capazes de fazer com que o aluno crie seu conhecimento, pois as novas gerações valorizam mais o conhecimento criado, acumulado e compartilhado do que conhecimentos possuídos e gerenciados como instrumento de poder e diferenciação. De qualquer forma, o mais importante em todos esses processos é que a aprendizagem ocorra.
Sabemos dos problemas e também já temos alguns caminhos a seguir, mas por que as instituições de ensino, como são concebidas hoje, são tão desinteressantes aos alunos? Alguns pontos ainda precisam ser repensados: os currículos de licenciatura realmente formam professores capazes de trabalhar com essas novas tecnologias, voltadas à maior flexibilidade do ensino-aprendizagem, como prevê a legislação? As escolas como um todo estão preparadas para novos modelos de ensino? Alunos em diversas faixas etárias e, principalmente, os mais velhos conseguem ser protagonistas da criação do seu conhecimento, considerando inúmeras implicações desde o ensino básico hoje implantado até a evolução exponencial das tecnologias?
Debates são necessários, e ações são prementes.
Prof.ª Dr.ª Glaucia Alvarez Tonin
Docente Fatec Jales “Prof. José Camargo”
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.