A quarta revolução industrial, também denominada Revolução 4.0, traz consigo novas tecnologias, conseguindo fundir os mundos físico, digital e biológico. Essa fusão certamente levará à automação total das fábricas, a exemplo do que já acontece na computação em nuvem, em que sistemas conseguem conectar pessoas e serviços, substituindo uma série de equipamentos e profissionais. Teóricos dizem que, com a Indústria 4.0, está por vir uma "fábrica inteligente", assim, empresas conseguirão criar redes inteligentes capazes de controlarem a si mesmas, causando impactos no trabalho e na empregabilidade.
Nesse cenário, uma série de questões precisa ser pontuada, principalmente quando se fala em educação profissional. Não é novidade que o mundo está em constante evolução tecnológica, o que sempre exigiu mudanças de paradigmas em cada época na história, nos mais diversos setores. De fato, a formação profissional sempre foi uma das primeiras a sentir a necessidade de mudança, visto que, no decorrer da história, muitas foram as profissões que desapareceram e outras tantas que surgiram com o objetivo de suprir as novas demandas. Empresas que não se adaptaram foram extintas, a exemplo da Kodak, tradicional empresa de fotografia, que abriu falência com a evolução e popularização das câmeras digitais. Novas empresas e novos modelos de negócio também não param de surgir, basta olhar para a Netflix, Uber, Spotify e tantas outras organizações que surgirão nos próximos anos.
Nessa sociedade altamente tecnológica e conectada, crianças e jovens crescem com a tecnologia inserida em seu cotidiano. Isso faz com que os estudantes tenham mais acesso à informação e ao conhecimento, tornando-se agentes ativos no processo de aprendizagem. Assim como nas demais profissões, a Revolução 4.0 está transformando a maneira de ensinar e está mudando drasticamente o papel da escola e do professor.
É correto afirmar que o educador do ensino profissionalizante, seja de nível técnico ou superior, deve procurar instruir o educando a pensar além da simples formação e alertá-lo para essa transformação que está acontecendo. É interessante lembrar as palavras do filósofo Mário Sergio Cortella:“Num mundo de mudança de paradigmas, é preciso ensinar o que se sabe, praticar o que se ensina e perguntar o que se ignora, porque, do contrário, a única coisa que nos restará é sair por aí com a poeira do tempo dizendo: A PATA NADA!”.
O grande desafio dos educadores e das escolas profissionalizantes atualmente é estar atualizado em relação às rápidas mudanças do mercado, identificar futuras demandas e profissões, além de proporcionar um ambiente de aprendizagem colaborativo, em que a tecnologia é não apenas o meio, mas o fim. Ademais, professores e alunos, tanto de faculdades como de escolas técnicas, devem ter um pensamento crítico e, ao mesmo tempo, inovador, principalmente no contexto profissional, visto que muitas profissões deixarão de existir nos próximos anos, outras serão substituídas por algum tipo de inteligência artificial e, felizmente, outras deverão surgir, muitas das quais sequer imaginamos.
Portanto, a Revolução 4.0 está transformando o mundo atual em todos os aspectos, o que traz a necessidade de evolução de todos os profissionais, principalmente dos educadores, pois precisam formar para o futuro. Aos educandos, cabe a busca frequente por adaptação, visando futuras oportunidades em um mercado de trabalho em constante mudança.
André Mussato
Tecnólogo em Sistemas para Internet e aluno do 3º Sem. do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.
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